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E de repente, em uma mesa de bar com amigos, surgiu um pensamento: não seria legal fazer uma pesquisa sobre o destilado brasileiro de cana-de-açúcar, a nossa cachaça? Jovens que ainda estavam na faculdade pensaram e ousaram. E o que era apenas para ser um longa sobre a bebida, ganhou outro rumo nas mãos de Felipe Jannuzzi e Gabriela Barreto. Assim teve inicio o projeto “mapa da Cachaça” - em 2010. Hoje, o Mapa da Cachaça é uma referência cultural, histórica e sensorial sobre cachaça. Em 2012 foram reconhecidos pelo Ministério da Cultura (MinC.) como melhor projeto de mapeamento cultural do Brasil e, em 2014, o projeto foi escolhido pelo MinC. para representar a gastronomia brasileira durante a Copa do Mundo!

Junto com a ideia vinham os desafios e todo o lado divertido e prazeroso da coisa. Para colocar em prática era preciso conhecer de perto o processo de produção de cada cachaçaria espalhada pelo país, sentir os aromas, degustar, estudar, enfim, mergulhar no vasto mundo da cachaça que até então era conhecido apenas por aqueles que estavam inseridos no meio.

A complexidade do tema passa despercebida por quase todos nós, mas ao aproximar os olhos deste mundo, Felipe percebeu que havia muito além dos rótulos engraçados e da diferença de cor – amarelas e brancas. “A ideia era alimentar o blog com histórias, falar sobre o design, de como a cachaça é produzida. Porém, descobrimos a riqueza nos detalhes da produção de cachaças artesanais”, comenta ele. Aos poucos, o blog foi ganhando destaque e se tornou um site, que ganhou uma ferramenta na qual as pessoas poderiam acessar e cadastrar alambiques. Atualmente, há pouco mais de 1000 alambiques cadastrados.

“O que diferencia uma cachaça da outra ? A cor, o sabor, o aroma, entre outros. Isso depende do tipo de madeira que compõe o barril que foi usado para envelhecer a cachaça... (Sim! a cachaça também é envelhecida, por no mínimo 1 ano e meio, mas quanto mais tempo melhor ela é). A cachaça, para ser considerada “cachaça conceito” – é assim que são chamadas as boas cachaças –, precisa ter algumas características básicas: ser transparente, não ter cheiro forte de álcool, vinagre ou amêndoa”, explica Felipe. Isso é somente o básico para aqueles que querem começar a apreciar a bebida. Atualmente são cerca de quatro mil marcas de cachaças fabricadas no Brasil.

“... se o francês têm o vinho, o russo a vodca, o japonês o saquê, o mexicano a tequila, nós brasileiros temos a cachaça!”

E para quem pensa que cachaça é apenas para quem gosta de ingerir álcool, deixamos aqui um conselho: amplie seus horizontes! A cachaça é utilizada em diversos pratos deliciosos. Há receitas de pastel, de carnes e até mesmo de chocolate que levam cachaças. É pela divulgação de informações e pelo aperfeiçoamento dos produtores brasileiros que hoje a cachaça é vista com outros olhos. É uma bebida muito bem conceituada, com admiradores espalhados por todo o mundo. O Brasil produz e exporta a bebida e o conhecimento sobre ela. Há eventos focados no universo da cachaça que atraem pessoas de diversos países. “... se o francês têm o vinho, o russo a vodca, o japonês o saquê, o mexicano a tequila, nós brasileiros temos a cachaça!”, conta Felipe Jannuzzi.

No meio da entrevista, descobrimos que seria impossível falar tudo sobre a nossa cachaça! São muitos detalhes e muito a aprender sobre ela. A melhor fonte? Claro, o Mapa da Cachaça! No site você encontra as cachaçarias, vídeos com entrevistas com diversos produtores de todo Brasil, aprende a diferenciar cachaças e aguardentes, é atualizado sobre os eventos e notícias sobre a bebida, além de obter maravilhosas receitas de coquetéis e pratos feitos com o destilado brasileiro de cana-de-açúcar.

Site: www.mapadacachaca.com.br

Receita com a "marvada":